GRANDES VENERÁVEIS
GRANDES VENERÁVEIS

 O LIVRO

 

 

VENERÁVEIS QUE PRESIDIRAM A LOJA MAÇÔNICA 12 DE SETEMBRO

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GESTÃO E NOMES

44 / 45   Eurico Lima Gil

45 / 46   José Antonio da Fonseca

46 / 47   Júlio Staianoff

47 / 48   Júlio Staianoff

48 / 49   José Cardoso de Mendonça

49 / 50   Júlio Staianoff

50 / 51   José Persival

51 / 52   Helton Santiago de Siqueira

52 / 53   Teodor Viana

53 / 54   Augusto Pinheiro Moreira

54 / 55   Augusto Pinheiro Moreira

55 / 56   Euclides Santos

56 / 57   José Vaintaub

57 / 58   Ângelo Favarini

58 / 59   Ângelo Favarini

59 / 60   Hilpert Deolinger Viana

60 / 61   Sebastião Corrêa

61 / 62   Sebastião Corrêa

62 / 63   Helton Santiago de Siqueira

63 / 65   Sebastião Corrêa

65 / 67   Geraldo Inácio

65 / 67   Blair Silva  -  Ad hoc

67 / 69   Eldi Pereira Gonçalves

69 / 71   Eldi Pereira Gonçalves

71 / 73   Valter Archanjo Machado

73 / 75   Sebastião Corrêa

75 / 77   Eldi Pereira Gonçalves

77 / 79   Sebastião Corrêa

79 / 81   Wilson Araújo de Paula

81 / 83   Wilson Araújo de Paula

83 / 85   Saulo Filardi  /  Carlos do Carmo

85 / 87   Epitácio Pereira dos Santos

87 / 89   Epitácio Pereira dos Santos

89 / 91   João Bosco  Favaro

91 / 93   Jaques Pinheiro Colares

93 / 95   João Dias Telles

95 / 97   Epitácio Pereira dos Santos

97 / 99   José Adão Machado

99 / 01   Jaques Pinheiro Colares

01 / 03   Epitácio Pereira dos Santos

03 / 05   Epitácio Pereira dos Santos

05 / 07   Epitácio Pereira dos Santos

07 / 09   Epitácio Pereira dos Santos

09 / 11   Epitácio Pereira dos Santos

11 / 13   Heráclito Eugenio de Souza

13 / 15   João Dias Telles

 

O VENERÁVEL MESTRE - ORIGEM DO TÍTULO

(Segundo José Castellani)


Joia

 

O título de Venerável Mestre, dado ao presidente de uma Loja maçônica, tem a sua origem mais remota nos meados do século XVII, quando já começara a lenta, mas progressiva, transformação da Franco-maçonaria de ofício, ou operativa, em Franco-maçonaria dos aceitos, ou especulativa.

Nessa época, porém, nem existia o grau de Mestre Maçom, que só seria introduzido no século XVIII, a partir de 1724, e efetivado em 1738, e o presidente da Loja era escolhido entre os mais antigos e experientes Companheiros — que era um mestre-de-obras — ou era o proprietário mesmo, o qual, como dono da obra, era vitalício na direção dos trabalhos dos obreiros.

Derivado da palavra inglesa worship, que significa culto, adoração, reverência — como forma de tratamento — quando usada como substantivo, e venerar, adorar, idolatrar, quando usada como verbo transitivo, têm-se o vocábulo worshipful, que significa adorador, reverente, venerável, como forma de tratamento. Dessa maneira, o presidente da Loja passou a ter o título de Worshipful Master, que significa Venerável Mestre e que seria adotado por todos os círculos maçônicos, embora o termo Venerável, de início, fosse aplicado apenas às organizações de artesãos.

Adotando-se a cerimônia de Instalação, como faz a Maçonaria inglesa, é só depois de passar por ela que o Venerável Mestre eleito pode se considerar empossado — instalação é sinônimo de posse — e empossar os membros de sua administração, entrando na plenitude de seus direitos exclusivos, entre os quais se inclui o de sagrar (2) os candidatos à iniciação, à elevação, ou à exaltação.

Tão rígido é tal dispositivo, que, em uma sessão à qual não esteja presente o Venerável Mestre, sendo, ela, portanto, dirigida pelo 1º Vigilante, que não seja um Mestre Instalado, ele deverá, no momento de sagrar o candidato, solicitar, a um Mestre Instalado presente, que o faça, sem o que a cerimônia não poderá ter validade.


ORIGENS DAS ATRIBUIÇÕES LITÚRGICAS


A origem mais remota dessa prática está na Cavalaria medieval, cujos integrantes, os cavaleiros, só podiam ser sagrados por um rei, por um príncipe, ou por um alto dignitário eclesiástico. Estes, para a sagração, colocavam a lâmina da espada sobre os ombros do candidato, alternadamente (e terminavam, em alguns casos, com a acolada, que era uma pancada no pescoço do candidato).

Apesar de alguns autores não admitirem influência da Cavalaria, das Ordens Militares e dos Cruzados sobre a Maçonaria, existe, na realidade, uma similaridade muito grande entre as práticas maçônicas da instalação e as práticas dessas instituições, pois é claro que, embora não se possa, de maneira alguma, ligar as origens da Maçonaria aos Cruzados, ou à Cavalaria, influências desses agrupamentos podem existir em qualquer ramo do conhecimento humano.

Na época do apogeu da Cavalaria, no decorrer do século XI, ela possuía hierarquia, graus e brasões. As Cruzadas acabariam contribuindo para o incremento do prestígio dos cavaleiros, dando, à sua atividade, um forte cunho religioso, que se exteriorizava na promessa de defender a Igreja, defender a cristandade e combater os infiéis, além do compromisso de fidelidade ao senhor feudal, de proteção aos fracos, oprimidos, mulheres e órfãos, de respeito à hierarquia e à disciplina e de combate à calúnia, à mentira e aos vícios.

A educação do cavaleiro começava na infância e, depois de cuidadosamente preparado, ele prestava o serviço militar, entre os 15 e os 21 anos de idade, primeiramente como pajem, atendendo ao senhor feudal em todos os serviços domésticos do castelo, e, posteriormente, como escudeiro, acompanhando ao seu senhor nas batalhas e lutando ao seu lado.

Aos 21 anos, então, o escudeiro era armado cavaleiro, numa cerimônia à qual a Igreja imprimiu um profundo caráter religioso. Para esta cerimônia, inicialmente, o candidato ficava encerrado, durante toda a noite, na capela do castelo, orando e velando as armas; ao romper da aurora, ele fazia a confissão, comungava e participava da missa, onde o sermão principal destacava os deveres que ele assumiria, como cavaleiro. Passava-se, em seguida, à cerimônia, realizada no pátio principal do castelo, ocasião em que o cavaleiro era sagrado e armado, tendo, como padrinho, o senhor com o qual aprendera a arte militar.

A ação da Igreja nessa cerimônia, na época de apogeu da Cavalaria (séculos XI e XII), ainda é mostrada em outras práticas: o sacerdote benzia a espada do cavaleiro e comunicava que ela sempre deveria ser usada para servir à Igreja e defender os fracos, os oprimidos, as viúvas, os órfãos e, de maneira geral, todos os servidores de Deus, contra “a crueldade dos pagãos”. O cavaleiro era purificado, através de um banho ritualístico, e recebia uma camisa de linho branco, como símbolo da pureza, e uma túnica vermelha, como símbolo do sangue, que deveria ser vertido a serviço de Deus.

Tais costumes mostram certa influência sobre muitos costumes maçônicos — não se pode esquecer que a Franco-maçonaria floresceu a sombra da Igreja — como a permanência na Câmara de Reflexão, a sua purificação, a cor branca do avental e das luvas, a espada, a sagração, as preleções, o juramento, o voto de defesa dos fracos e oprimidos.


Notas


1. Essa progressiva transformação iniciou-se no século XVII, quando, com a decadência do estilo gótico — e a concomitante ascensão do renascentista — as organizações de oficio começaram também a entrar em decadência. E, para tentar sobreviver, resolveram aceitar, em suas Lojas, homens não ligados à arte de construir e que, por isso, foram chamados de Maçons Aceitos. O processo de aceitação desenvolveu-se durante todo o século XVII, a ponto de, no final dele, o número de aceitos sobrepujar, largamente, o de operativos, o que propiciaria, em 1717, a criação da primeira Obediência maçônica da História, a Premier Grand Lodge, em Londres.

2. Sagrar, aí, tem o sentido de conferir a dignidade do grau e não o de santificar, ou tornar sagrado, como muitos pensam. É o mesmo com a sagração de templo: a cerimônia confere, ao local, a dignidade de templo maçônico.

 

José Castellani